Neste fim de semana, fui assistir o musical "A Noviça Rebelde", no teatro "Oi Casagrande", aqui no Rio. Simplesmente espetacular! A montagem é incrível e não deve a nenhum espetáculo da Broadway. "A Noviça Rebelde" foi um filme que marcou minha vida, e já devo ter assistido mais de dez vezes, desde quando o assisti a primeira vez na infância, numa reprise em um cinema aqui do Rio (o "Cine Ópera" que, aliás, nem existe mais). O desempenho de Kiara Sasso como Maria em nada deve ao de Julie Andrews e todo o elenco do espetáculo está bem, inclusive Saulo Vasconcellos, barítono que susbtituiu Herson Capri no papel do Capitão Von Trapp. Destaque também para o soprano Mirna Rubim, como a madre superiora do convento em que Maria se prepara para ser freira. Mas todo o elenco está fabuloso. Quem puder assistir, não perca! O espetáculo não é dos mais baratos, mas você sai do teatro feliz por ter gasto, sabendo que foi um dinheiro bem empregado. Nesse mundo cheio de maldade, um pouco de leveza e alegria vai muito bem. Para os de "Sampa", sei que o espetáculo vai estrear em março de 2009.
Abaixo, segue artigo da crítica teatral Bárbara Heliodora, publicado no Globo em 22 de maio. A crítica é famosa por seu gosto impecável e pelo alto grau de exigência (e certa rabugice):
"A Noviça Rebelde": Um espetáculo encantador e agradável ao ouvido
Usando o texto do original para teatro e não o roteiro do filme, “A noviça rebelde” em cartaz é exemplar, emociona, diverte, deixa todo mundo de bom humor. A trama é uma romantização da história da família Von Trapp, com base em alguns episódios verdadeiros. Os autores foram dos primeiros a encontrar a fórmula para o verdadeiro musical americano, no qual a música se integra na ação dramática, faz caminhar a ação e, ao mesmo tempo, embala ouvidos e corações. Particular atenção merece a fluência da tradução de Cláudio Botelho, já um especialista no gênero.
A montagem usa lindos cenários, de Rogério Falcão, mas não se trata de clone: marcas, andamentos e tons são nacionais, dentro dos limites de liberdade que o musical permite; os figurinos de Rita Murtinho são ótimos, e a luz de Paulo César Medeiros, a não ser por pequenos tropeços de estréia, é de grande categoria. A direção musical é de Cláudio Botelho e Marcelo Castro, que rege a orquestra com grande contribuição para o sucesso.
A Madre Superiora de Mirna Rubim se destaca.
A direção de Charles Möeller é leve e elegante, com um belo trabalho com o grupo infantil, sempre natural e, ao mesmo tempo, impecavelmente disciplinado. Seu manifesto carinho para com os musicais colore todo o trabalho, cuja alegria envolve a platéia. Em um espetáculo como “A noviça rebelde”, é difícil avaliar contribuições individuais, já que o conjunto do espetáculo é o que fica na memória. Mas, sem dúvida, o conjunto das freiras e, principalmente, a Madre Superiora de Mirna Rubim estabelecem desde logo a qualidade vocal do conjunto. Os sete filhos do Capitão estão encantadores e de um profissionalismo impecável; Dudu Sandroni e Ada Chaseliov estão corretos; Bruno Miguel defende bem o jovem Rolf; a Baronesa de Solange Badim tem a voz e a elegância adequadas ao papel, enquanto o Max de Fernando Eiras é uma criação divertida que dá vida à cena. O Capitão de Herson Capri é competente e elegante, e Kiara Sasso tem linda voz e se integra muito bem com as crianças. É impossível falar de todo o elenco, a não ser para dizer que o conjunto está mais do que satisfatório.
“A noviça rebelde” é um espetáculo encantador, lindo, agradável ao ouvido, e mostra mais uma vez que, quando se quer trabalhar com amor, o teatro brasileiro pode alcançar níveis de qualidade excepcionais."
Quem quiser ler outras críticas, acessehttp://divulgandotap.wordpress.com/category/a-novica-rebelde/.
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