domingo, 17 de agosto de 2008

É Doce Morrer no Mar


Morreu Dorival Caymmi. O aspecto singelo e lúdico de suas letras e melodias embalou gerações e gerações. Quanto a mim, tive sempre no querido Dorival uma espécie de "anti-paradigma" da globalização, um homem que fez do "bom ócio" uma filosofia de vida. Numa época em que somos cada vez mais solicitados a sermos "produtivos", um dos exemplo de Dorival é o de que podemos sim estarmos nesta vida "a passeio" e nem por isto deixarmos de ser responsáveis ou renunciarmos ao nosso sucesso pessoal. Afinal, o sucesso é um estado de espírito e se o meu se aproximar um dia daquele do querido "algodão" embalado na rede, cantando para o mar, já me sentirei um homem realizado. Tinha um bonequinho de cerâmica do Dorival na minha mesa de trabalho, quando trabalhava como Coordenador Universitário em Niterói. Funcionava como um espécie de "guru" quando, diante de alguma situação de conflito, era tentado a me preocupar em excesso com a busca de uma solução. Coincidência ou não, na última sexta pela manhã, meu filhinho quebrou o boneco que tinha há vários anos. Foi-se o meu boneco e também se foi o poeta, o cancioneiro, que cantou e decantou a Bahia a todos os cantos.

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