sábado, 19 de junho de 2010

Minha irmã


Quando minha irmã nasceu, eu tinha um pouco menos de 10 anos de idade. Filho único, "reizinho" absoluto durante esse tempo, surpreendi-me com a chegada daquele "serzinho" em casa já tomando conta do seu espaço.

Os anos passaram e a diferença de idade, se nunca nos impediu de nos amarmos, dificultou sim uma proximidade maior, que só é possível entre pessoas de geração mais próxima ou da mesma geração.

Arvorei-me algumas vezes em "segundo pai" ou "mais experiente". Quis muitas vezes que seu temperamento tão diferente do meu fosse um pouco mais parecido - afinal de contas somos irmãos, não somos?

Não demorou muito para me me desse conta que o que eu entendia por "diferente" era, na realidade, diferente não só para mim, mas para a esmagadora maioria das pessoas. O carisma, a bondade, a alegria e a generosidade que lhe são inerentes tornam-a um polo inesgotável de atração de afetos. O rastro de amizades que deixa por onde passa ensina-me muito sobre as qualidades do desprendimento e da dedicação aos outros. Minha irmã é uma pessoa especial não por ser melhor ou pior do que ninguém, mas simplesmente por ser quem é.

A vida trouxe-me situações em que sua presença e intervenções foram vitais. Hoje, diferenças são o que menos importa. Aliás, de nada mais importam. O que vale é nosso afeto e cumplicidade, eternos. Beijo maninha.

Fazer Escolhas



Apanhei-me agora pensando sobre como nossa vida é feita de escolhas e como elas ditam o nosso destino. O fatalismo muitas vezes está no fato de que só nos conscientizamos da importância de um decisão após estarmos imersos nos efeitos e consequências que ela nos acarretou. E não é necessário que a tal escolha seja aquela tão importante como a de uma profissão, de um amor..vejo a vida como uma manancial contínuo de micro-decisões cotidianas que, estas sim, moldam e definem o que acontecerá a cada um de nós. São essas micro-decisoes que encerram grandes consequências, muitas vezes definitivas ou difíceis de reverter (se assim desejamos). São elas também que cimentam as bases das chamadas "grandes decisões" - as mesmas já referidas - e enganosamente ou não, nos levam por caminhos inimagináveis e imprevisíveis. Estará aí justamente a graça da vida? O fatalismo não é algo necessariamente ruim ou bom em si. Ele é, simplesmente. E se púdessemos adivinhar o porvir, qual ventura haveria na vida?

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Copa do Mundo e Mundo Workaholic


Antigamente, quando se aproximava o período da Copa do Mundo, minha ansiedade pela chegada do tão esperado dia da estréia do Brasil e do começo do torneio não cabia dentro de mim. Eram tempos em que me comovia e me excitava mais com a ideia de assistir a um jogo de futebol embalado por um sentimento de irmandade e nacionalidade que só atinge o Brasil de quatro em quatro anos.

Fazer álbuns de figurinhas, acompanhar os noticiários esportivos, ajudar a enfeitar a rua, pendurar a bandeira na janela de casa, paramentar-se para assistir as partidas, reunir um grupo de amigos para combinar onde veriam os jogos da seleção faziam parte da gostosa etapa de preparação como torcedor.

Nos dias atuais, face aos inúmeros compromissos e preocupações que a vida trouxe, raramente me pego pensando na Copa - como agora, por exemplo. Claro que não dá para resistir aos jogos do Brasil e, eventualmente a um ou outro jogo, visto quase sempre em pequenos flashes e relances, raramente por inteiro. Mas os nomes dos jogadores são, em sua maioria, desconhecidos. Lembro-me do N'Kono, goleiro de Camarões no mundial de 1982, mas sou incapaz de dizer o nome do atual goleiro da Alemanha, por exemplo. A atmosfera de fantasia se esfumaçou e a Copa do Mundo parece não ser mais tão sedutora. Culpe-se o mundo workaholic ou não, é o que pelo menos vejo acontecer.

Fonte da imagem: htto://prosainterativafiles.wordpress.com/2009/09/woraholic11.jpg