sábado, 30 de agosto de 2008

Salvem o Paissandu!


Os últimos dias foram marcados aqui no Flamengo por notícias de fim do Cinema Paissandu. Desmentidos dos atuais proprietários ontem nos jornais dão conta de que o cinema não irá acabar, mas esta ainda não é uma informação confirmada. Torçamos para que este recanto importante do cinema autoral e anti-mainstream sobreviva. Por ter sido sempre um berço de intelectuais e de acalorados debates culturais é importante que o Paissandu sobreviva. O Rio precisa de vida cultural cosmopolita, diversificada e alternativa. Quanto a mim, que moro ali bem pertinho, seria uma tristeza ver o Paissandu fechar e virar Igreja Evangélica ou algo assim. Não quero nem pensar: saem os filme de Godard, Truffaut ou o bom cinema latino-americano e entram os berros histéricos das sessões de descarrego e exorcismo. Eu que digo: Deus me Livre!!

Um comentário:

Anônimo disse...

Carlos, sua mãe e eu, além do Elesbão fomos da chamada " Geração Paissandu". Filmes europeus na sua maioria, faziam a cabeça dos jovens da década de sessenta com temas considerados fortes , mas que discutiam desde o relacionamentos entre casais até as mais caras indagações do homem: quem sou, para onde vou; o que devo fazer, como me comportar, como devo agir no meu ambiente de trabalho e pessoal, e também apresentavam todas as válvulas de escape comportamental que pensávamos em fazer, mas não fazíamos, etc.Já na década de oitenta ou noventa , com o Grupo Estação , tentou-se reacender a chama perdida daqueles anos 60 do século vinte.Com a virada do século, outros comportamentos de convívio social prevaleceram e os cinemas deixaram de ser a principal diversão das pessoas, ou o reduto das indagações humanas. Os cinemas começaram a desaparecer principalmente os chamados cinemas de rua. Sinal dos tempos, será que ainda haverá outra geração Paissandu? Como a primeira, acho que não. Mas espero que haja outras " gerações" , outros movimentos que despertem as discussões das pessoas sobre , talvez, os mesmos temas que afligiam e continuarão afligir o ser humano. Um grande beijo da " tia" Ianne