sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Amor por um Clube de Futebol


Num país como o nosso em que a dimensão do futebol ultrapassa em muito a mera questão esportiva, a escolha de um time de futebol é como um marco, uma espécie de selo pessoal na vida de qualquer homem. Segundo o dito popular, muda-se de partido político, de mulher, muda-se de qualquer coisa, mas nunca de time de futebol. É como se "virar a casaca" representasse a pior desonestidade que pode ser cometida por parte de um indivíduo. Penso em entrevistas para empregos. Imagino a situação em que o entrevistado vem muito bem na entrevista, cada vez mais seguro, com a vaga quase assegurada e o entrevistador, feliz por ter encontrado o "escolhido", num momento de descontração resolve perguntar: "Qual é o seu time?". E o entrevistado responde: "Era Bambala desde criancinha, mas recentemente mudei para o Arimatéia porque meu antigo time não vinha ganhando nada e só me trazia tristeza". Indignado com o descaramento despudorado desta confissão vergonhosa, o entrevistador dá por encerrada a entrevista sem maiores explicações e elimina o candidato do processo de seleção. Afinal, o que são MBAs, Pós-Graduações, Mestrados e outras qualificações diante de uma "falha de caráter" tão grave? "É preciso buscar alguém confiável" pensa o funcionário do RH. E é assim mesmo que as coisas funcionam. A partir do momento em que o homem escolhe seu time de futebol, começa aquele que vai ser certamente o casamento mais duradouro na sua vida. É uma relação pura, sem traições, ciúmes, cobranças e "DRs" (discussões de relação). O homem sabe que é assim, por mais que algumas mulheres possam sentir ciúmes e não compreender esta relação de amor, nada sexual aliás, que não compete com o amor conjugal. Amo o meu Fluminense. Por isto é que me preocupo com sua atual situação. A dores do meu time são as minhas, por mais que eu seja obrigado a assimilá-las e a seguir adiante com a minha vida. Fonte da imagem: http://www.fimdejogo.com.br/blog/wp-content/uploads/2007/09/fluminense1.jpg.

3 comentários:

Marina Amaral disse...

Futebol pra mim se resume a "homens correndo pra cá, homens correndo pra lá. De repente, gooooollllll. Os telespectadores do time vencedor gritam e beijam a camisa. Os outros questionam as jogadas..."

Apesar da minha leguice futebolística, adoro ser uma companhia para assistir ao jogo e gritar junto, seja lá qual for o motivo.

Boa sextaaaa!
Beijos.
Marina A.

Gabriela Matarazzo disse...

Carlos, AMEI seu texto! Vou até publicar no meu blog (se vc autorizar). Amo futebol, e sou fanática pelo meu São Paulo. Até no Morumbi eu vou pra ver meu time!
Na faculdade sempre fiz trabalhos com uma turma de 8 meninos, e eu a única menina, imagina os temas dos trabalhos? FUTEBOL! Até minha monografia foi sobre isso; "Torcidas Organizadas de Futebol". Vou publicar o documentário q fizemos para nosso trabalho de conclusão de curso.

E é bem isso que vc escreveu: "falha de caráter"... a paixão ja nasce com a gente, não tem como não gostar mais do time pq ele cometeu um erro. Todos cometem!!
Bjossssss

Carlos Maurício Ardissone disse...

Pode publicar sim Gabi, com o maior prazer!!