segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Deus, proteja os pobres inocentes, por favor.


Mais um caso de criança violentada e morta no Estado do Paraná – é o quarto no espaço de apenas duas semanas – e as autoridades públicas não demonstram um mínimo sinal de revolta ou de que alguma providência realmente séria está sendo tomada. Não consigo deixar de pensar no drama que estes inocentes passaram e na dor de seus pais. Para piorar o quadro, alguns destes crimes foram cometidos por ex-presidiários que conseguiram utilizar-se das benesses de nossa lei antiquada para conseguir a liberdade ou por presidiários que simplesmente escaparam da prisão e estavam por aí, à solta, misturados às pessoas de bem. Aonde vamos parar meu Deus? Estamos à mercê de animais que podem a qualquer tempo fazer mal aos nossos filhos e o Estado simplesmente não existe. No momento em que qualquer um destes monstros é preso, sempre há um psicólogo que se apressa em qualificá-lo como inimputável, ou seja, em afirmar que se trata de um louco que não sabia o que estava fazendo para que, assim, seja penalizado com uma internação em um sanatório ou algo do gênero. Não consigo concordar com isto. O mal existe sim e parece que os psicólogos não querem concordar com isto. E ele nos espreita de bem perto. Temos somente que rezar para que sejamos protegidos, assim como os nossos. Se formos esperar pelo Estado, nada teremos de garantia.

Apesar de formado em Direito, tenho minha crença contra a pena de morte cada vez mais enfraquecida por estes eventos brutais. O raciocínio é simples: se algumas pessoas são más por natureza e, portanto, intrinsicamente irrecuperáveis, porque o Estado deve arcar com os custos de sua existência dentro de uma prisão? Por que os impostos pagos pelos cidadãos de bem devem ajudar a sustentar estes seres que cometem crimes bárbaros? Ora, se o própósito da prisão - em tese - é reabilitar o preso e se alguns deles não são passíveis desta reabilitação porque manter os gastos com a sua permanência na prisão? Sei que é uma discussão muito complexa, mas a sociedade brasileira deve enfrentá-la e a melhor forma de fazer isto é por um plebiscito. Dirão os contrários à pena de morte que só negros e pobres serão condenados no Brasil. Dirão também que nosso sistema prisional mais brutaliza do que reabilita os presos. Pode ser verdade. Mas algo deve ser feito e ainda que nosso sistema judiciário e criminal um dia se aprimore e alcance - sei lá - o nível dos países nórdicos, continuarei achando injusto que determinados criminosos continuem a viver "protegidos" ainda que no marco dos muros prisionais, enquanto que suas vítimas tiveram suas vidas extirpadas de forma bárbara, por vezes ainda na infância.

Imagem: Quadro “Saturno devora seus filhos”, de Hieronymus Bosch (Museu do Prado, Madri).

Nenhum comentário: